Usuários protestam contra privatização do Parque da Água Branca
Manifestantes abraçaram simbolicamente o parque, formando um círculo em torno da arena central |
O Parque Estadual da Água Branca, oficialmente Parque
Fernando Costa, é o único na cidade que abriga animais de várias espécies, que
vivem soltos, além de reunir, em seus cerca de 140 mil m², exemplares valiosos de
fauna e flora.
O “abraço” ao Parque da Água Branca teve início por volta das
14h e reuniu em torno da arena de areia que fica em seu centro grande número de
manifestantes, muitos deles portando faixas e cartazes contra a privatização.
Entre outras palavras de ordem, os manifestantes repetiam: “o parque é nosso” e
“não à privatização”.
Participantes da manifestação registram suas experiências com o parque para um mural virtual |
Na arquibancada que fica em frente à arena, lideranças do movimento, entre elas Jupira Cauhy, que integra o Grupo de Gestão da Operação Urbana Água Branca, explicaram as razões da manifestação e distribuíram papel e caneta para quem quisesse fazer um breve registro acerca de sua experiência com o parque. Esse material fará parte de um imenso painel a ser divulgado via internet.
Os manifestantes reclamaram, entre outras coisas, da falta
de debates e de consulta à população para a decisão do poder público de
conceder à iniciativa privada os parques da Água Branca, Villa-Lobos e Cândido
Portinari, por um período de 30 anos, em concorrência internacional.
A futura concessão prevê a construção de restaurante e
complexo gastronômico nos parques, mas no caso do Parque da Água Branca, há
preocupação com o que usuários e moradores da região chamam de sucateamento daquele
espaço público.
Débora Sanches: pela preservação das características rurais do parque e consulta popular |
Recentemente deu muito pano pra manga o manejo de animais e
a expulsão de galos da família garnisé do seu habitat no parque, conforme
edital de doação de 600 aves publicado recentemente em edital.
Preocupados com a manutenção das características tradicionais
do local, conselheiros, entidades e usuários do Parque da Água Branca estão se
movimentando em defesa da preservação de suas nascentes, flora, fauna, bem espécies
e animais que ali estão abrigados.
Empunhando um cartaz defendendo a preservação da fauna e da
flora, bem como da ampliação do prazo de consulta sobre a concessão, a
arquiteta e urbanista Debora Sanches, vice-coordenadora do Centro Gaspar Garcia
de Direitos Humanos, falou ao Barra News:
“Esse movimento é pela preservação das características rurais desse parque, que é tombado pelo patrimônio histórico – Condephaat e Conpresp. Estamos pedindo a aplicação do prazo da consulta pública para haja uma participação popular. Para que todos que todos que utilizam esse parque sejam consultados sobre a concessão.”
Jupira Cauhy lê relatos de manifestantes sobre o Parque da Água Branca |
Com um megafone, Jupira Cauhy, orientou a manifestação, e lembrou
que quando se fala nos efeitos da privatização do Parque da Água Branca, não se
pode esquecer do Museu de Geologia, o “Mugeo”, “que também é uma instituição
importantíssima, aqui dentro do parque, e que vai sair. Já saiu o Instituto de
Pesca. E tem o Aquário que também vai entrar que também vai entrar nessa
dinâmica toda”.
Idealizado pela Sociedade Rural Brasileira (SRB), entidade representativa da agropecuária do país, o Parque da Água Branca foi inaugurado em 2 de junho de 1929. Em 1996 pelo Condephaat como patrimônio cultural, histórico, arquitetônico, turístico, tecnológico e paisagístico do Estado de São Paulo, e, em 2004, pelo Conpresp, por seu valor histórico, arquitetônico e paisagístico-ambiental.
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