Habitação é foco de projeto para a área central

O Moinho, entre o Bom Retiro e a Barra Funda, é uma das três favelas da área abrangida pelo PIU Central

A prefeitura paulistana, por meio da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano e SP Urbanismo, realizou na noite de 3 de julho, a segunda audiência pública para debater o PIU Setor Central, Projeto de Intervenção Urbana, que tem a questão da moradia como ponto de partida, entre outras razões, pelo fato de a região ainda abrigar três favelas: Moinho, Parque do Gato e Santo Antonio do Canindé.
Sob o tema “Gestão Participativa e Vulnerabilidade Social”, o Projeto de Intervenção Urbana (PIU) leva em conta a dinâmica atualmente existente na região central, que concentra  oferta significativa de empregos, comércio e serviços, o que transforma a área em um polo de atração de viagens  de 2 milhões de pessoas todos os dias.  Essa vitalidade econômica suporta a proposta de adensamento populacional que é foco do projeto.

PRIORIDADE INDISCUTÍVEL’ Na oportunidade, o presidente da SP Urbanismo, José Armênio de Brito Cruz,  empresa responsável pela elaboração das propostas, reafirmou o que disse na primeira audiência do PIU Setor Central, realizada dia 18/6, no Mackenzie:
José Armênio de Brito Cruz
“Nos distritos centrais da cidade, o tema do atendimento habitacional tem prioridade indiscutível. Trata-se de uma região com oferta concentrada de empregos e serviços e com parcelas expressivas de baixa densidade populacional, aptas ao recebimento de moradores. O centro que queremos tem grande potencial de habitação e deve abrigar mais e melhor as pessoas”, afirmou.
Na audiência do dia 18/6, respondendo a um questionamento de Francisco de Assis de Souza Filho, integrante da diretoria-executiva da Associação Barra Funda Viva, sobre a necessidade de moradia popular, Rita de Cássia G. S. Gonçalves, coordenadora do PIU Setor Central no âmbito da SPUrbanismo, afirmou que o foco do trabalho na região central começou a partir da habitação:
Rita de Cássia Gonçalves
“No PIU do Setor Central, quando a gente traçou essas áreas de estruturação para moradia, a gente trouxe para a prancheta o projeto dessas necessidades habitacionais. Cada uma delas receberá um plano de urbanização que será construído junto com a população, com comitês locais.  A parte central desse projeto é a questão da moradia popular na área central. Os recursos são escassos. Isso vai acontecer num tempo talvez mais longo do que desejaríamos, mas tenham em mente que o foco do programa é a moradia popular. E assim a gente espera construir esse projeto com o auxílio de todos vocês”.
Ao todo serão três audiências públicas nesta segunda fase organizadas por temas. Na primeira, realizada dia 18/6, o tema foi “Habitação e Polos Comerciais”. Na audiência de 3 de julho, a discussão gerou em torno de “Gestão Participativa e Vulnerabilidade Social”. A próxima audiência debaterá “Patrimônio Histórico e Produção Imobiliária”.
Além disso, desde o dia 9 de maio está disponível no portal Gestão Urbana uma consulta pública online para receber comentários da sociedade civil e do qual todos podem participar.

MAIOR DENSIDADE O Diagnóstico – Análise Territorial, elaborado na primeira fase do PIU Setor Central, evidenciou que segundo dados da RAIS (Relação Anual de Informações Sociais) de 2014, os distritos centrais (Santa Cecília, Bom Retiro, República, Sé, Liberdade, Pari, Brás, Belém e Mooca) concentram 19% dos empregos formais do município, excluídos os empregos ofertados pela administração pública, numerosos nessa região onde moram apenas 2% da população da cidade.
Ao todo são mais de 800 mil empregos que promovem a grande diversidade de serviços ofertados no centro.
Francisco de Souza
Os três distritos mais populosos são Santa Cecília, República e Bela Vista, todos apresentam mais de 200 hab/ha, densidade compatível com o modelo de cidade compacta, que vem sendo adotado em projetos urbanos recentes.
A partir desses dados e da diretriz de adensamento populacional do centro, a densidade populacional média futura com a implementação do projeto foi estabelecida entre 200 e 250 hab/há, ou seja entre 200 e 250 habitantes por hectare, que equivale 10 mil metros quadrados, contra a média atual de 145 hab/ha, o que corresponde a um incremento populacional aproximado  entre 115 mil e 220 mil novos moradores para a região.
O Processo de elaboração do PIU Setor Central segue os passos dispostos no Decreto 56.901/2016 e, dessa forma, as contribuições a serem colhidas nas consultas permitem o seu aperfeiçoamento.
Confira a seguir detalhes do Projeto de Intervenção Urbana para a área central de São Paulo:







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