Cetesb interdita usina de asfalto na Barra Funda
Terreno da usina já foi cogitado para conjunto habitacional que daria preferência a moradores da Favela do Moinho |
A usina de asfalto da prefeitura paulistana, na Barra
Funda, é de longa data um verdadeiro tormento para quem mora nos seus arredores.
Nos últimos 17 anos, a usina, que opera sem licença desde de dezembro de 2017, recebeu
uma dezena de advertências e 25 multas da Companhia Ambiental do Estado de São
Paulo (Cetesb). Os motivos principais das punições: barulho, alta emissão de
poluentes e contaminação de águas subterrâneas. Nesta sexta-feira, 2/2, finalmente
foi fechada, após pedido do Ministério Público.
Rumores confirmados por Barra News dão conta de que o lugar já
foi cogitado como um dos terrenos a serem utilizados para uma Parceria Público-Privada
da Habitação. Por meio dessa PPP, a prefeitura desativaria a usina e no terreno
seria construído um conjunto habitacional que abrigaria basicamente os
moradores da Favela do Moinho.
Prefeito Doria: moradores do Moinho teriam preferência |
Segundo declarou à época, os traficantes “lamentavelmente utilizam esta comunidade para
armazenamento de drogas e armas”. O projeto habitacional ao qual se referia o prefeito seria uma PPP com o governo do Estado, para um conjunto habitacional onde os moradores do Moinho teriam preferência.
FORTUNA EM MULTAS De acordo com a Cetesb, a Prefeitura de São Paulo não
solicitou a renovação da licença. Na última quarta-feira (31/2), a empresa foi
autuada por emissão de odor e funcionamento ilegal. As duas multas somam R$
51.425,70.
Godoy (à dir.) ao lado do prefeito regional da Sé, Eduardo Odloak |
Edvaldo Godoy, presidente da Associação de Moradores e Amigos
da Barra Funda, declarou ao G1 que a
usina está completamente deslocada no tempo.
“E na situação das pessoas, né. Porque há 40, 50 anos, você
está comendo pó aqui. Um pó ruim. Você limpa a casa, a sua mãe, sua família
limpa lá os móveis, no dia seguinte está a mesma coisa. Está preto. Você
imagina isso dentro de um pulmão, de um ser humano, durante anos e anos.”
Segundo ainda o G1, um Termo de Ajustamento de Conduta foi
assinado em 2011 entre o Ministério Público e a Prefeitura para que a usina
saísse dali. O prazo para a transferência acabou e a malfada fábrica de asfalto continua
funcionando e atazanando a vizinhança, apesar de sua licença ter vencido em dezembro de 2017.
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