Cetesb interdita usina de asfalto na Barra Funda

Terreno da usina já foi cogitado para conjunto habitacional que daria preferência a moradores da Favela do Moinho
A usina de asfalto da prefeitura paulistana, na Barra Funda, é de longa data um verdadeiro tormento para quem mora nos seus arredores. Nos últimos 17 anos, a usina, que opera sem licença desde de dezembro de 2017, recebeu uma dezena de advertências e 25 multas da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb). Os motivos principais das punições: barulho, alta emissão de poluentes e contaminação de águas subterrâneas. Nesta sexta-feira, 2/2, finalmente foi fechada, após pedido do Ministério Público.
Rumores confirmados por Barra News dão conta de que o lugar já foi cogitado como um dos terrenos a serem utilizados para uma Parceria Público-Privada da Habitação. Por meio dessa PPP, a prefeitura desativaria a usina e no terreno seria construído um conjunto habitacional que abrigaria basicamente os moradores da Favela do Moinho. 
Mas parece que a conversa tomou outro rumo, e Barra News está trabalhando para apurar o que de fato rolou nesta história. O certo é que seria muito bom para os moradores do Moinho terem um local mais digno para morar, pois é cruel imaginar que se possa viver entre os trilhos da CPTM.
Prefeito Doria: moradores do Moinho teriam preferência
PPP DO DORIA Em julho do ano passado, o prefeito João Doria afirmou à mídia que iria "remover" a Favela do Moinho. Doria disse ter solicitado ao secretário municipal de Habitação que desenvolvesse um projeto de casas populares para que os moradores do Moinho pudessem "ter habitação digna e correta e ao mesmo tempo eliminar a existência dessa comunidade”.
Segundo declarou à época, os traficantes “lamentavelmente utilizam esta comunidade para armazenamento de drogas e armas”. O projeto habitacional ao qual se referia o prefeito seria uma PPP com o governo do Estado, para um conjunto habitacional onde os moradores do Moinho teriam preferência.
Godoy (à dir.) ao lado do prefeito regional
 da Sé, Eduardo Odloak
FORTUNA EM MULTAS De acordo com a Cetesb, a Prefeitura de São Paulo não solicitou a renovação da licença. Na última quarta-feira (31/2), a empresa foi autuada por emissão de odor e funcionamento ilegal. As duas multas somam R$ 51.425,70.
Edvaldo Godoy, presidente da Associação de Moradores e Amigos da Barra Funda, declarou ao G1 que a usina está completamente deslocada no tempo.
“E na situação das pessoas, né. Porque há 40, 50 anos, você está comendo pó aqui. Um pó ruim. Você limpa a casa, a sua mãe, sua família limpa lá os móveis, no dia seguinte está a mesma coisa. Está preto. Você imagina isso dentro de um pulmão, de um ser humano, durante anos e anos.”
Segundo ainda o G1, um Termo de Ajustamento de Conduta foi assinado em 2011 entre o Ministério Público e a Prefeitura para que a usina saísse dali. O prazo para a transferência acabou e a malfada fábrica de asfalto continua funcionando e atazanando a vizinhança, apesar de sua licença ter vencido em dezembro de 2017.

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